(073) Sentindo que as “emoções” e os “sentimentos” também são fontes inspiradoras de “conhecimento interior”.

Repetidas vezes tenho colocado neste espaço virtual que o ser humano precisa conhecer as suas “emoções” e “sentimentos”. Mas esse “conhecer” não é no sentido de definir. Isso é impossível, porque “emoções” e “sentimentos” são manifestações da nossa “Sensibilidade da Alma”. Pertencem à essência do nosso “sentir”.

O neurocientista António Damásio, considerado pelo The New York Times como sendo a revelação de vanguarda da neurociência que investiga a “revolução do afeto”, no seu livro “Em busca de Espinosa: prazer e dor na ciência dos sentimentos”, lançado no Brasil pela Editora Companhia das Letras, explica:

– É verdade que o uso habitual da palavra “emoção” tende a incluir a noção de sentimento. Mas na tentativa de compreender a cadeia complexa de acontecimentos que começa na emoção e termina no sentimento, separar a parte do processo que se torna pública da que sempre se mantém privada ajuda a clarificar as idéias. A parte pública do processo chamo emoção e a parte privada sentimentos. (…) as emoções são ações ou movimentos, muitos deles públicos, que correm no rosto, na voz ou em comportamentos específicos. Alguns comportamentos da emoção não são perceptíveis a olho nu, mas podem se tornar “visíveis” com sondas científicas modernas, tais como a determinação de níveis hormonais sanguíneos ou de padrões de ondas eletrofisiológicas.
– Os sentimentos, pelo contrário, são necessariamente invisíveis para o público, como é o caso com todas as outras imagens mentais, escondidas de quem quer que seja exceto do seu devido proprietário, a propriedade mais privada do organismo em cujo cérebro ocorrem.

– As emoções ocorrem no teatro do corpo. Os sentimentos ocorrem no teatro da mente.

– As emoções são um meio natural de avaliar o ambiente que nos rodeia e reagir de forma adaptativa.

Verifica-se, portanto, que António Damásio não define o que devemos entender por “emoção” e “sentimento”. Nas suas pesquisas em laboratório, ele procura conhecer o mecanismo das “emoções” e dos “sentimentos”, o que os desencadeia e quais as suas consequências”. Nesse trabalho, Damásio pergunta e responde de modo conclusivo:

– Por que as emoções precedem os sentimentos?

– A minha resposta é simples: temos emoções primeiro e sentimentos depois porque na evolução biológica as emoções vieram primeiro e os sentimentos depois. As emoções foram construídas a partir de reações simples que promovem a sobrevida de um organismo e que foram facilmente adotadas pela evolução.

A proposta deste espaço virtual consiste em oferecer condições para uma nova elaboração de vida, através de “buscas interiores” voltadas para o despertar da nossa “Sensibilidade da Alma”. Trata-se, portanto, de um convite para um olhar interior de si mesmo.

Com essa proposta, quero com as minhas mensagens ajudem contribuir para a permanente prática do “autoconhecimento”, do “voltar-se para si mesmo”, de modo que o despertar da “Sensibilidade da Alma” seja uma janela aberta em que as projeções das imagens do nosso “sentir” sejam fontes inspiradoras de elevação “existencial” e de “conhecimento interior”.

Termino esta mensagem, com esta sabedoria de Madhava Ashish (fonte: Revista SOPHIA, ano 13, número 53, em “Clareza de visão”):

– “Quanto mais entendemos aquilo que somos, e como chegamos a ser o que somos, mais entenderemos o que temos que nos tornar, e como nos tornar”.

Notas:
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Muita paz e harmonia espiritual para todos.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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