(305) Sentindo, para o seu “pós-pandemia”, que já podemos modular a percepção dos nossos sentimentos (Parte Final da 296).

Chegamos ao final desta série sobre a possibilidade de serem por nós criadas condições de preparação interior para, como acredito, subjetivamente viabilizar o nosso desejado “pós-pandemia” por meio de uma necessária modulação dos nossos sentimentos. Começo com este esclarecimento preliminar necessário: Os enfoques de todas as mensagens, foram por mim recebidos por “intuição”. Por esta razão, não me preocupei com a observância de uma prévia sistematização na apresentação dos seus temas o que, para muitos, certamente pareceu não existir relação com o repetido enunciado do título acima.

Sabemos que o porvir que nos espera é um desconhecido, manifesto e dimensionado em nós pela triste e preocupante realidade que estamos vivenciando com esta pandemia. São experiências de muitas incertezas presentes e também futuras, que podem nós causar fragilidades em todos os sentidos do nosso “existir” e “viver”, principalmente de natureza emocional. São tempos que, como desejo para todos nós, favorecem necessidades de buscas de “introspecções” e de “fortalecimento” interior e espiritual.
Pergunto para você:

– COMO PODEMOS ENTENDER ESSA POSSIBILIDADE DE MUDANÇAS DOS NOSSOS “ESTADOS SENSORIAS” DE EXPECTATIVAS (INCLUSIVE INCONSCIENTES), RELACIONADAS A UM NOVO “RENASCER” PARA TODA A HUMANIDADE?

Peço a sua atenção para esta previsão do astrólogo Oscar Quiroga, que encontrei no seu horóscopo publicado na edição do dia 31 do mês passado, do jornal “O Estado de São Paulo”:

– HÁ UMA MUDANÇA DE CONCEITOS EM PLENA OPERAÇÃO NA SUA VIDA INTERIOR, UMA MUDANÇA DE PERSPECTIVA DO SEU OLHAR EM RELAÇÃO AOS ACONTECIMENTOS. ESSA É UMA TRANSFORMAÇÃO PROFUNDA E DE EFEITOS DURADOUROS.

Que bela, expressiva e “influente” possibilidade de “modulação natural” dos nossos sentimentos! Observem que Quiroga foi direto ao sintetizar, por palavras, a essência da sua percepção astrológica. Com clareza ele se refere à duas importantes “mudanças” atuantes em nós, nestes momentos difíceis da pandemia: a de “conceitos” (na nossa “vida interior”) e a de um novo “olhar” (voltado para os acontecimentos que vivenciamos). O que mais me tocou, foi este seu conclusivo “sentir”:

– É UMA TRANSFORMAÇÃO PROFUNDA E DE EFEITOS DURADOUROS.

Em nossas vidas, “tudo” é uma questão individual e personalíssima de “ACREDITAR”. Primeiro, de “ACREDITAR” em nós mesmos em qualquer circunstância. Mas nesta pandemia deverá ser, principalmente, um “ACREDITAR” no “nascer” urgente de mais união de “solidariedade humanista” e na nossa capacidade de “superação”. Assim estou fortalecendo o meu “ACREDITAR”, porque estou convencido de que a origem subjetiva de todas as nossas “imagens sensoriais” está na “ALMA”, está no nosso “CORAÇÃO” para, no momento certo, serem “despertas” em nós, na nossa “consciência” e serem, por cada um de nós, espelhadas para todos.

Certo é que nós somos os únicos responsáveis pela “construção emocional” no nosso “TEMPO DO EXISTIR”. É nele quando, nas minhas fragilidades, angústias e tristezas, dou em mim um merecido “puxão de orelha” e, em silêncio, lembro das perguntas feitas na sua “Clínica do Existir”, pelo conceituado terapeuta e psicólogo Nichan Dichtchekenian, sobre a existência da pessoa, da maneira que essa pessoa dá conta de seu existir, das suas limitações, medos, angústias, etc.” No Brasil, ele é respeitada referência criteriosa na perspectiva filosófica conhecida como Fenomenologia Existencial. São estas, as perguntas:

– COMO VOCÊ LIDA COM AQUILO QUE DETERMINA VOCÊ?
– O QUE VOCÊ FAZ COM AQUILO QUE CARACTERIZA VOCÊ?
– QUE TIPO DE DECISÕES VOCÊ TOMA OU NÃO TOMA?
– QUAL O SENTIDO DE VOCÊ SER COMO VOCÊ É?

Em seguida, na sua prática de terapia existencial ele explica:

– [FAÇO ESTAS PERGUNTAS] PORQUE SE VOCÊ É DESTE JEITO É PORQUE VOCÊ REALIZA ALGO DESTE JEITO, VOCÊ ESTÁ ALCANÇANDO UMA PRESENÇA NA VIDA.

Também gosto deste “pensar” do doutor Nichan Dichtchekenian:

– O HOMEM É DISPONIBILIDADE PARA OS OUTROS, PARA O MUNDO, PARA AS INÚMERAS POSSIBILIDADES.

Agora, peço muita atenção para esta explicação da doutora Marta Relvas, que é Bióloga e Pesquisadora da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC):

– O córtex pré-frontal nos ajuda a atribuir um significado emocional a cada experiência que vivemos, o que facilita muito a tomada de decisão, pois em momentos futuros esse valor emocional pode ser trazido à tona, nos ajudando a prever se o desfecho de uma situação será positivo ou negativo. As emoções e os sentimentos fazem parte de nossa vivência e são importantes na solução de problemas, no raciocínio e no funcionamento inteligente, em relação às questões com que o ser humano se depara em sua vida, num constante equilíbrio/desequilíbrio em busca de uma homeostasia. O ser humano reage à detecção de um desequilíbrio no processo de vida e, ao perceber esse desequilíbrio, procura corrigi-lo, no sentido de adaptar-se, dentro dos limites da biologia humana e do ambiente físico social.

Complemento, com estas importantes explicações da psicóloga Luiza Elena L. Ribeiro do Valle que, dentre outros publicados, é autora do livro “Cérebro e Aprendizagem – um jeito diferente de Viver, da Walk Editora:

– A regulação das emoções constitui uma habilidade fundamental para a interação social, influenciando diretamente na expressão de sentimentos e no comportamento de cada pessoa. (…) A terapia cognitiva-comportamental (TCC) baseia-se numa postura construtivista de que nossas representações de eventos internos e externos determinam nossas respostas emocionais e comportamentais. Nossas cognições ou interpretações sobre os fatos refletem formas de processar informações.

Termino, com este precioso ensinamento do neurocientista António Damásio, selecionado do seu mais recente livro “A estranha ordem das coisas” (contendo profunda análise sobre as origens biológicas dos sentimentos e da cultura), lançado no Brasil pela Editora Companhia Das Letras, que recomendo a leitura:

A EXPERIÊNCIA SENTIDA É UM PROCESSO NATURAL DE AVALIAR A VIDA RELATIVAMENTE ÀS SUAS PERSPECTIVAS.

Se você gostou desta série de mensagens, faça uma subjetiva “modulação” da percepção dos seus sentimentos. Será o caminho que levará você para o seu desejado “pós-pandemia”.

Notas:
1. A reprodução parcial ou total, através de qualquer forma, meio ou processo eletrônico, dependerá de prévia e expressa autorização do autor deste espaço virtual, com indicação dos créditos e link, para os efeitos da Lei 9610/98, que regulamenta os direitos de autor e conexos.
2. As citações do doutor Nichan Dichtchekenian foram reproduzidas da sua entrevista concedida em 2008 à jornalista Fernando Savaglia, publicada na edição 38 da Resista PSIQUE, da Editora Escala; as da Bióloga Marta Relvas, do seu artigo “Cérebros e os likes das redes sociais” e da psicóloga Luiza Elena L. Ribeiro do Valle, do seu artigo “Ferramentas da Aprendizagem”, respectivamente publicados nas edições 149 e 133, também da Revista PSIQUE da Editora Escala.
3.Havendo, neste espaço virtual, qualquer alegação que mereça ser melhor avaliada, mande a sua solicitação para edsonbsb@uol.com.br

Muita paz e harmonia espiritual.

Sobre Edson Rocha Bomfim

Sou advogado, natural do Rio de Janeiro e moro em Brasília. Idade: Não conto os anos. Tenho vida. Gosto de Arte, Psicologia, Filosofia, Neurociência, Sociologia, Sincronicidade e Espiritualidade. Autores preferidos: Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Mark Nepo, Cora Coralina, Clarice Lispector, Lya Luft, Mia Couto, Mario Sergio Cortella e Mauro Maldonato. edsonbsb@uol.com.br
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